Movimento de Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras
Carta Aberta do Movimento Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras
Vimos, mais uma vez, a público, manifestarmo-nos contra as propostas de cursos de graduação em psicanálise que estão sendo oferecidos à população e buscam reconhecimento junto ao Ministério da Educação. Nosso propósito é apresentar como estas ofertas são equivocadas, uma vez que a formação em psicanálise não se contempla no espaço acadêmico. Embora muitos psicanalistas realizem pós-graduações em psicanálise, não é isso que legitima o ofício do psicanalista, que, para ser exercido com rigor, exige compromisso com os pressupostos freudianos. Desta forma, apresentamos abaixo algumas pontuações que esclarecem esses pressupostos.
1. Como situar o campo da psicanálise?
Podemos dizer, de forma resumida, que a psicanálise, criada por Sigmund Freud a partir da experiência clínica, funciona como um método de investigação do inconsciente, que é o que determina nossas ações. Esta descoberta do inconsciente constituiu-se em uma importante subversão no campo do conhecimento, deslocando a consciência do lugar de determinação, ao apontar que os sintomas revelam um saber a ser decifrado. Isso se dá em um contexto específico que requer um vínculo singular entre analisante e analista, o que distingue radicalmente a psicanálise de formações acadêmicas, como a psicologia e a psiquiatria.
2. Como se dá a formação de um psicanalista?
Desde Freud, sabemos que só é possível o exercício do ofício de psicanalista a partir da experiência com o inconsciente em uma análise pessoal, que é o pilar fundamental da formação. O percurso de uma análise é singular, depende de um laço transferencial - que é o vínculo - único, sem tempo de duração definido, nem garantia antecipada de que haverá um psicanalista ao final. O saber em jogo nessa experiência é o do inconsciente, que, portanto, não pode ser formatado em uma grade curricular. A formação inclui também a discussão teórica entre os pares e a apresentação de casos em supervisão. Este percurso construído por cada um em sua formação torna impossível a tutela do Estado, o que, na verdade, deturparia os princípios da psicanálise. Por isso mesmo, nunca houve em nenhum lugar do mundo uma graduação de psicanálise, como está sendo proposto e efetuado no Brasil.
3. Por que a psicanálise deve ser leiga e laica?
A posição de que a psicanálise é leiga e laica foi sustentada por Freud há mais de cem anos, desde quando iniciou seus estudos junto a um grupo de intelectuais de diversos campos do saber, como médicos, filósofos, educadores, entre outros, que podiam exercer o ofício da psicanálise, desde que comprometidos com a análise pessoal e estudo teórico e supervisão, contemplados na formação entre pares. Por todas as argumentações apresentadas, afirmamos que o ofício da psicanálise é leigo, o que significa que não pode ser autorizado por um curso de graduação e que um psicanalista não é outorgado por um diploma. Vale ressaltar também, que ela permanece laica, ou seja, não está nem nunca esteve vinculada a nenhuma forma de saber religioso. A psicanálise, portanto, conta com um rigor, fundamentado numa lei que é da cultura e que inscreve o sujeito numa ética, que legitima este ofício de escuta do inconsciente.
Lista das instituições que assinam a carta:
Vimos, mais uma vez, a público, manifestarmo-nos contra as propostas de cursos de graduação em psicanálise que estão sendo oferecidos à população e buscam reconhecimento junto ao Ministério da Educação. Nosso propósito é apresentar como estas ofertas são equivocadas, uma vez que a formação em psicanálise não se contempla no espaço acadêmico. Embora muitos psicanalistas realizem pós-graduações em psicanálise, não é isso que legitima o ofício do psicanalista, que, para ser exercido com rigor, exige compromisso com os pressupostos freudianos. Desta forma, apresentamos abaixo algumas pontuações que esclarecem esses pressupostos.
1. Como situar o campo da psicanálise?
Podemos dizer, de forma resumida, que a psicanálise, criada por Sigmund Freud a partir da experiência clínica, funciona como um método de investigação do inconsciente, que é o que determina nossas ações. Esta descoberta do inconsciente constituiu-se em uma importante subversão no campo do conhecimento, deslocando a consciência do lugar de determinação, ao apontar que os sintomas revelam um saber a ser decifrado. Isso se dá em um contexto específico que requer um vínculo singular entre analisante e analista, o que distingue radicalmente a psicanálise de formações acadêmicas, como a psicologia e a psiquiatria.
2. Como se dá a formação de um psicanalista?
Desde Freud, sabemos que só é possível o exercício do ofício de psicanalista a partir da experiência com o inconsciente em uma análise pessoal, que é o pilar fundamental da formação. O percurso de uma análise é singular, depende de um laço transferencial - que é o vínculo - único, sem tempo de duração definido, nem garantia antecipada de que haverá um psicanalista ao final. O saber em jogo nessa experiência é o do inconsciente, que, portanto, não pode ser formatado em uma grade curricular. A formação inclui também a discussão teórica entre os pares e a apresentação de casos em supervisão. Este percurso construído por cada um em sua formação torna impossível a tutela do Estado, o que, na verdade, deturparia os princípios da psicanálise. Por isso mesmo, nunca houve em nenhum lugar do mundo uma graduação de psicanálise, como está sendo proposto e efetuado no Brasil.
3. Por que a psicanálise deve ser leiga e laica?
A posição de que a psicanálise é leiga e laica foi sustentada por Freud há mais de cem anos, desde quando iniciou seus estudos junto a um grupo de intelectuais de diversos campos do saber, como médicos, filósofos, educadores, entre outros, que podiam exercer o ofício da psicanálise, desde que comprometidos com a análise pessoal e estudo teórico e supervisão, contemplados na formação entre pares. Por todas as argumentações apresentadas, afirmamos que o ofício da psicanálise é leigo, o que significa que não pode ser autorizado por um curso de graduação e que um psicanalista não é outorgado por um diploma. Vale ressaltar também, que ela permanece laica, ou seja, não está nem nunca esteve vinculada a nenhuma forma de saber religioso. A psicanálise, portanto, conta com um rigor, fundamentado numa lei que é da cultura e que inscreve o sujeito numa ética, que legitima este ofício de escuta do inconsciente.
Lista das instituições que assinam a carta:
- 1. Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano- EPFCL- Brasil
- 2. Escola Lacaniana de Psicanálise RJ
- 3. Depto Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae - SP
- 4. Laço Analítico | Escola de Psicanálise subsede Cuiabá
- 5. Laço Analítico | Escola de Psicanálise subsede Florianópolis
- 6. Laço Analítico | Escola de Psicanálise subsede Rio de Janeiro
- 7. Laço Analítico | Escola de Psicanálise subsede Varginha
- 8. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Brasília
- 9. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Cacoal
- 10. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Lavras
- 11. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Manaus
- 12. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Rondonópolis
- 13. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo Portugal
- 14. Laço Analítico | Escola de Psicanálise núcleo São Paulo
- 15. Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre
- 16. Círculo Psicanalítico do RJ
- 17. Maiêutica Florianópolis Instituição Psicanalítica
- 18. SBPRP - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto
- 19. SBPdePA - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre
- 20. SPRJ - Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro
- 21. GEP-SC - Grupo de Estudos de Psicanálise de Santa Catarina
- 22. GEP-São José Rio Preto - Grupos de Estudos de Psicanálise de São José do Rio Preto
- 23. GPU-Uberaba - Grupos de Estudos de Psicanálise de Uberaba
- 24. SBPSP - Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo
- 25. SPRPE - Sociedade de Psicanálise de Recife
- 26. SPfor - Sociedade de Psicanálise de Fortaleza
- 27. SBPCamp - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Campinas
- 28. SPBsb - Sociedade de Psicanálise de Brasília
- 29. SBPMG - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais
- 30. SPMS - Sociedade de Psicanálise do Mato Grosso do Sul
- 31. SBPRJ - Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio Janeiro
- 32. SBPG - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Goiânia
- 33. SPPEL - Sociedade de Psicanálise de Pelotas
- 34. GEP - Marília e Região- Grupo de Estudos Psicanalítico de Marília e Região
- 35. SBPCuritiba - Sociedade Brasileira de Psicanálise de Curitiba
- 36. SPPA - Sociedade de Psicanálise Porto Alegre
- 37. NPMAL - Núcleo Psicanalítico de Maceió
- 38. NUPES - Núcleo Psicanalítico do Espírito Santo
- 39. NPS - Núcleo Psicanalítico de Salvador
- 40. NPU- Núcleo Psicanalítico de Uberlândia
- 41. ABC - Associação Brasileira de Candidatos
- 42. Conselho Diretor e Febrapsi
- 43. Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória
- 44. Espaço -Oficina de Psicanálise - Rio de janeiro
- 45. Círculo Brasileiro de Psicanálise
- 46. Círculo Brasileiro de Psicanálise Seção Rio de Janeiro
- 47. Círculo Psicanalítico da Bahia
- 48. Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
- 49. Círculo Psicanalítico do Pará
- 50. Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul
- 51. Círculo Psicanalítico de Sergipe
- 52. Aleph Escola de Psicanálise
- 53. Escola Brasileira de Psicanálise – Escola do Campo Freudiano (EBP- ECF)
- 54. Sigmund Freud Associação Psicanalítica (SIG)
- 55. Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle (SPID)
- 56. Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA)
- 57. Intersecção Psicanalítica do Brasil.
- 58. Tempo Freudiano - Associação Psicanalítica
- 59. Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiæ
- 60. Escola Letra Freudiana
- 61. Toro - Escola de Psicanálise
- 62. Escola Lacaniana de Psicanálise Brasília -ELPB
- 63. Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro - SPCRJ
- 64. Círculo Psicanalítico de Pernambuco -CPP
- 65. EBEP- Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos do Rio de Janeiro
- 66. Fórum do Campo Lacaniano de Aracaju
- 67. Fórum do Campo Lacaniano de Belém
- 68. Fórum do Campo Lacaniano de Belo Horizonte
- 69. Fórum do Campo Lacaniano de Brasília
- 70. Fórum do Campo Lacaniano de Curitiba
- 71. Fórum do Campo Lacaniano de Florianópolis
- 72. Fórum do Campo Lacaniano de Fortaleza
- 73. Fórum do Campo Lacaniano de Joinville
- 74. Fórum do Campo Lacaniano de Juiz de Fora
- 75. Fórum do Campo Lacaniano de Mato Grosso do Sul
- 76. Fórum do Campo Lacaniano de Nova Iguaçu
- 77. Fórum do Campo Lacaniano de Região dos Lagos
- 78. Fórum do Campo Lacaniano de Região Serrana/RJ
- 79. Fórum do Campo Lacaniano de Rio de Janeiro
- 80. Fórum do Campo Lacaniano de Salvador
- 81. Fórum São Paulo
- 82. Instituto APPOA - clínica, intervenção e pesquisa em psicanálise
- 83. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Rio De Janeiro
- 84. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Barra Mansa
- 85. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Belém
- 86. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Campos Dos Goytacazes
- 87. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Cuiabá
- 88. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Goiânia
- 89. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Estados Unidos
- 90. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Fortaleza
- 91. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Imperatriz
- 92. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção João Pessoa
- 93. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Paris
- 94. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção São Luís
- 95. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Seção Teresópolis
- 96. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Brasília
- 97. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Campo Grande
- 98. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Londrina
- 99. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Macaé
- 100. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Nova Friburgo
- 101. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Porto Alegre
- 102. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo São Paulo
- 103. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Teresina
- 104. Corpo Freudiano Escola De Psicanálise Núcleo Vassouras